quarta-feira, 4 de abril de 2007

Difamação das mulheres nas letras de forró. Será que elas se incomodam?

A equipe do Diz aí entrevistou em 26 de Março, 50 mulheres, entre ouvintes e não-ouvintes do forró, 56% delas se sentem incomodadas com as letras de duplo sentido e difamatórias. Nelas são encontradas frases que expressam desde a desvalorização como “mulher roleira”, “periguete” até expressões de agressão física como “lapada na rachada”, “uma tapa na bunda, na cara, um puxão de cabelo, eu sei que você gosta”, definindo também a mulher como interesseira “se o dinheiro ta na mão, a calcinha ta no chão”. E 26% delas já passaram por constrangimentos, as quais se encontravam em algum local quando tocou uma “daquelas músicas”, tornando-as motivo de pilhéria.
Segundo a estudante de Recursos Humanos e ouvinte de forró, Marta Keyla, ela se sente desvalorizada e diz que “na hora da curtição em um show é normal, eu me divirto com os meus amigos, mas no dia-a-dia é diferente, a mulher é tratada com um objeto vulgar”. Já Ana Karolina, supervisora de telemarketing, diz que “as letras de forró só contribuem para aumentar a cultura machista, elas nos desvalorizam, insinuam que a mulher é interesseira, fácil...”.
São músicas dessa categoria que são as mais tocadas, fazem mais sucessos do que as músicas de conteúdo romântico, são os considerados “hits”. As bandas que seguem esse estilo, são as que mais vendem cd’s, mais fazem shows, as mais populares.
Enfim, o fato é que ouvintes ou não, as mulheres se incomodam, as letras ao invés de valorizarem-nas, expressam atitudes desmoralizadoras. Mas não é só o forró que agride moralmente as mulheres, ocorre também no “funk”, mas essa já é uma outra batida.

Por Karlos Emanuel